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segunda-feira, agosto 11

No melhor pano cai a nódoa - III 

Vou esclarecer apenas alguns pontos suscitados por “postsanteriores (incluindo "O fogo bom").

Concordo com o PC quando diz que lhe parece excessivo que se proíba a caça em todo o país. Agora, parece-me que faz sentido criar zonas de refúgio perto dos locais queimados, por forma a proibir-se a caça a uma distância de x quilómetros da zona onde houve recentemente um fogo florestal. Numa pesquisa na Internet fiquei a saber que tal está contemplado na lei (“é proibido caçar numa área ardida numa faixa de 250 metros à sua volta nos 30 dias que se seguem ao incêndio”), mas espero que os caçadores saibam disso e que se esteja a fazer o possível por fazer respeitar a lei. Contudo, dada a situação catastrófica que se atingiu em poucos dias, 250 metros é claramente insuficiente e por isso congratulo-me com o que li na mesma notícia: que 1) não é apenas a LPN que pensa como eu, também o presidente da Federação Portuguesa de Caçadores e o secretário-geral da Federação Nacional de Caçadores e Proprietários "estão de acordo com a proibição da caça nas áreas ardidas como forma de salvaguardar as espécies" e 2) que o Ministério da Agricultura está a ponderar interditar "a caça entre os dias 17 de Agosto e 5 de Outubro, nos concelhos mais afectados pelos incêndios florestais" e deste modo "os caçadores ficarão sem poder atirar às espécies migradoras de Verão, durante aquele período, em cerca de 40 concelhos dos distritos de Castelo Branco, Portalegre, Guarda, Santarém, Beja e Leiria". Como disse e repito, os animais que perderam o seu habitat e conseguiram sobreviver fugindo ao fogo têm o direito de não serem chacinados por terem o azar de se ir meter na boca do cano de uma espingarda numa reserva de caça.

É curioso, aprendi que na natureza há predadores que aproveitam os fogos para apanharem mais facilmente as suas presas (li aqui : "red-tailed hawks are attracted to forest fires. Small animals run from the fire, and the hawks swoop down to catch a quick dinner. "). Quantos caçadores conhecerão o “truque” e irão caçar para zonas próximas de fogos?

Em segundo lugar, não compreendo como é que MST justifica a inexistência de caça no eucaliptal/pinhal, considerando o caso de um que está bem cuidado (“não há coberto vegetal, não há sementeiras, não há comida e não há água”), quando diz no mesmo artigo (e bem) que “arde aquilo que está abandonado”. A mim parece-me que um pinhal/eucaliptal que esteja abandonado tem muito mato, logo fonte de alimento e esconderijo para muita caça... Por outro lado, há que não tomar a árvore pela floresta: MST considerou um caso muito específico para mostrar o seu ponto de vista, mas parece-me evidente que ele não se aplica a reservas naturais, que também arderam, a outros tipos de floresta, e nem se parece aplicar bem ao caso bastante comum de pequenos eucaliptais/pinhais ao abandono e dispersos irregularmente. Sobre parte da fauna (aves) que se podem encontrar em pinhais nas diferentes fases de produção, ver aqui.

Finalmente, gostaria de dar a possibilidade de direito de resposta a MST, mas não consegui saber o seu mail. Se alguém o puder enviar para a aba, agradeço.

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