<$BlogRSDUrl$>

quarta-feira, dezembro 3

ciência e tecnologia 

A tecnologia permite-nos validar, através de medidas laboratoriais, as teorias científicas. Foi assim que Aristóteles entendeu correctamente o movimento perpétuo nos corpos celestes (não sujeitos a forças) mas não o aplicou aos corpos terrestres —o que ele sabia é uma carroça pára se o boi pára— o que ele não compreendeu é que foi uma força (de atrito) que parou a carroça. Foi assim que Newton, apoiado em ombros de gigantes, compreendeu que o princípio inercial (a perguiça de mudar a velocidade de movimento ou de repouso) era inerente a todos os corpos, celestes e terrestes de igual modo. Entre os dois, o feito tecnológico mais fantástico depois da roda permitiu-lhe medir o tempo com a precisão necessária: a klepsýdra!
Einstein e a sua nova teoria da relatividade coincidem exactamente com a mecânica de Newton que está correcta ainda hoje e explica com precisão micrométrica os movimentos de todos os corpos comuns. A teoria da relatividade propõe umas pequenas correcções quando as velocidades são muito elevadas e umas leves alterações quando se envolvem massas muito grandes.

Imagino a tecnologia como um túnel dentro do qual as teorias científicas têm de viver, o túnel é tanto mais estreito, tanto mais próximo de apenas uma linha, quanto maior precisão têm as medidas experimentais.
O nosso ambiente quotidiano está estabelecido e as suas leis fundamentais são conhecidas o que nos cria uma fé cega na ciência e tecnologia. Paradoxalmente é isso que afasta as pessoas da física, na ideia de que tudo está já determinado. Daqui só vemos as paredes próximas do túnel.
Quando numa qualquer fronteira de abismo uma nova teoria tomar forma não destronará nenhuma das leis que já habitam o túnel, apenas uma nova direcção será dada a partir de certo ponto e o abismo afastado mais uma vez. É aqui que está agora o romantismo da física que, como sempre, só será chamada para perto do nosso quotidiano de cada vez que for encontrada uma peça do puzzle da pergunta fundamental ainda por responder: para onde vamos.

Einstein, arquitecto da física do nosso quotidiano, recusou-se —talvez preso a um medo—, durante os vinte anos seguintes, a aceitar que Deus joga aos dados... e estava errado.

Comments: Enviar um comentário
This page is powered by Blogger. Isn't yours? Weblog Commenting by HaloScan.com