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sábado, dezembro 6

globalização do sonho 

Alguns vivem na cidade grande e gostam de passar férias na praia, acabam por ir para lá viver. —Passa.— Alguns vivem na cidade grande e passam férias no campo, nas aldeias profundas, vales desertos, nos rios com águas limpas, nas montanhas altas. Apreciam o sossego, silêncio, ausência que concentram o espírito, o tempo devagar, a sabedoria, a paciência que adivinham nos olhos dos que lá vivem, a qualidade da vida. Acabam por ir para lá viver. Sentem-se felizes e bafejados, trazem a sua experiência de vida enlatada e com confiança e dedicação contribuem para o desenvolvimento desse lugar tão simples. Há ainda os outros que vivem no campo e que realizam o sonho de ir viver para a cidade onde já trabalham. —Passa.— Há ainda aqueles que vivem do campo e cuja ideia de progresso passa por uma estrada, um prédio, que o mini-mercado passe a super- e depois a hiper-, ver passar muitos carros à porta de casa e talvez uma antena de micro-ondas-móvel no viso. Uns e aqueles são acólitos da globalização, a que é homogeneização, que não é mistura é amálgama de culturas, o pior é a globalização do sonho, o roubo do direito de pensar o seu próprio sonho. Em biologia isto define uma espécie especialista — nos fósseis está escrito que os especialistas morrem cedo, quando se altera o meio. É disso que fala o Luís quando pede governantes com emoção e não em franchising. Temos os melhores nomes de urbanizações, Quinta D. João, Quinta da Fonte Lote 13, o Vale das Flores, Quinta da Maia, nomes carregados de história onde já só resta a memória e mesmo essa pouco lá habita. No lugar do Teatro Sousa Bastos só podemos justificar a Urbanização Sousa-Bastos com um mini-auditório e um museu carregado de história — morem ali, trabalhem ali e criem!

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