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quinta-feira, dezembro 30

Do Alentejo 

Chego a Évora com o Virgilio Ferreira da “Aparição”, a camioneta de carreira, o liceu, procuro a estação dos comboios, o quarto alugado.


“Conheço os seus espectros, a vertigem das eras, a noite medieva ainda nas ruas que se escondem pelos cantos, nas pedras cor do tempo ouço um atropelo de vozes seculares”

Cromeleque dos Almendres (sec V ac)

Um local de culto? Um observatório astronómico? É impossível a não perturbação perante aquelas dezenas de menires dispostos em linhas concêntricas. Que (des)humanidades terão estas pedras registado?


Natal é em Monsaraz

Chegamos a Monsaraz noite escura, o frio é mais que muito. E de repente, o espanto. Quem se teria lembrado de montar aquele cenário só para nós? As ruas desertas, o chão escuro de xisto, o casario branco adormecido, ouve-se música de Natal. Nós e as figuras gigantes de um presépio: a mulher que tira água do poço da vila, um pastorzito a mais as suas ovelhas, por outra rua seguem os reis magos, junto ao castelo a Sagrada Família. Numa esquina escura os dois escuteiritos, que vêm à procura do telefone público, não chegam para quebrar a irrealidade.

Cear é no Alcaide

A entrada faz-se pela taberna da vila onde compadres gastam a noite por entre fumos e copos de vinho(?).
Atrás, uma sala onde o frio não entra – e agora quisera eu ser o Eça para poder descrever aquela refeição- os odores da hortelã e dos coentros, o uso do pão, das carnes, do azeite e das ervas como só os alentejanos o sabem fazer. A extrema doçura da Sericaia, das ameixas de Elvas, do bolo rançoso.

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