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sábado, dezembro 1

As intermitências do Imposto de Valor Acrescentado (IVA) 


Pão, água, leite, hortaliças, fruta e carne pagam 5% de IVA. São bens essenciais, o seu valor acrescentado è a sobrevivência do cidadão. O vinho, o presento e os croquetes de frango embalados não são bens essenciais mas bons e úteis para aumentar a felicidade do cidadão. O seu óbvio valor acrescentado leva-os para os 12% de IVA. Já o açucar, o Nestum e os cereais em geral pagam 21% de IVA. De facto, estão cheios de valor acrescentado e este imposto também se quer pedagógico. O açucar não é necessário e faz mal à saúde. Além disso, em vez de cereais cheios de açucar, comer pão é mais saudável. Quanto ao papel higiénico, cujo valor acrescentado ascende a 21%, o seu valor acrescentado é por demais óbvio (basta não o ter quando mais precisamos) e toda a gente sabe que é uma fonte de poluição e destruição de árvores. Por isso o governo envia a mensagem subliminar através dos impostos de que limpemos as partes pudendas com água e sabão.

Só a Coca Cola, os refrigerantes e as batatas fritas que têm IVA de apenas 5%, é que não entendo. Como ninguém acredita que o governo ceda a interesses económicos, nem tenha medo de tomar medidas impopulares, nem mesmo receio de campanhas orquestradas por agentes económicos poderosos, estes produtos só poderão bens essenciais. É que se não fossem bens essenciais, e não contribuissem para a obesidade mórbida nem para aumentar as doenças cardiovasculares, os 16% de IVA que não pagam poderiam talvez ajudar a cobrir o famoso défice...

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