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sexta-feira, junho 3

No way, Jose 

“Dez anos é muito tempo…” (de uma música de Paulo de Carvalho)

Percebi há 11 anos atrás que não podia confiar em Sócrates. É muito tempo. Nessa altura cheguei à conclusão que devia duvidar sistematicamente de tudo o que Sócrates dissesse. Não consigo explicar em poucas palavras como cheguei a esta conclusão: seria preciso dar muita informação (exemplo) e algo que também descobri naquela altura foi que ninguém tem paciência para ouvir toda a história, por isso nem vou tentar resumir. Desmontar desinformação requer muita informação e ao fim de algum tempo ninguém tem paciência para ouvir mais.

A minha desconfiança não decorre por isso de nenhuma das inúmeras polémicas mais recentes que envolveram Sócrates (Freeport, Face Oculta, etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc…). Decorre sim de ter visto Sócrates fingir e enganar os portugueses há 11 anos atrás. Fiquei vacinado para sempre.

A hipótese que então formulei, a de que Sócrates não é confiável, tem-se mostrado extremamente robusta ao longo do tempo. Há cerca de 10 ou 11 anos, à luz desta hipótese, fiz para mim mesmo algumas previsões na altura arrojadas mas que se confirmaram: a de que ele chegaria a primeiro-ministro, a de que aguentaria pelo menos duas legislaturas, a de que a sua governação conduziria a um enorme desastre nacional, a de que a única maneira do povo perceber o problema que tinha ali era chegando à beira do abismo (esta última não acertou muito). Há uma previsão arrojada para o futuro que ainda não está posta de parte e da qual sei que se vão rir: a de que o país poderá ainda resvalar para uma espécie de ditadura a médio prazo, se ele se mantiver em posições de topo no governo ou na oposição. É muito improvável, mas não excluo a hipótese. (“Oh, golpe baixo, estão a meter-nos medo para votar para um certo lado“, pareço ouvir. Não, é só a minha opinião. Para mim ele é como o Melanocetus Johnsonii da figura, uma cruz ao fundo do túnel, embora pareça uma luz. Já o disse neste post pouco antes de Sócrates chegar ao poder, em 2005.)

Eu sei que parece inverosímil que quando Sócrates fala com aquela convicção, determinação, coragem, força, carácter, etc etc etc, ele esteja na realidade a fingir, a fazer teatro. Ou que quando se mostra extremamente chocado com a irresponsabilidade da oposição ou com algo que não quer, ele esteja a fingir. É extremamente inverosímil, mas ele é muito bom actor. Já o vi antes, há 11 anos atrás, e aí tinha a certeza que ele estava mesmo a fingir.

Isto não passa da minha opinião, pode estar enviezada ou não. Seja como for, é por isso que neste domingo vou votar “No way, Jose”.

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